Pois, se passou um trimestre desde que peguei a estrada em
definitivo para Vitória da Conquista. A mudança foi inesperada, pois eu não
acreditava que seria aprovada na seleção para o curso, mas Deus me permitiu o ingresso e no
dia 2 de abril eu parti da minha terrinha querida.
Nesse período, achei que fosse ter menos tempo livre, que
fosse cozinhar só em fins de semana, que meus poucos agasalhos seriam
suficientes, que não daria tempo de sentir saudades... Ledos enganos. Mas
encontrei professores de ponta e tenho aprendido muito com o curso,
principalmente que para fazer ciência tenho que ter rigor com o método e humildade
com os resultados.
Minha primeira providência foi encontrar logo uma casa
espírita. Me integrei a duas casas onde fui muito bem recebida, de modo que
tenho a alegria semanal dos estudos e da evangelização infantil na SEEVIC e da
campanha da sopa pela cidade no Maria de Nazaré. Conheci o Centro de Convenções
Divaldo Franco – imagine aí, um espaço nobre da comunidade espírita, onde
assisti a primeira apresentação de canto lírico da vida. Lindo de viver!
Conheci a enorme sensação de dignidade de pedalar em uma
ciclovia. Assisti Romeu e Julieta à moda de Suassuna, interpretado pelo
primeiro curso superior de Artes do interior do estado. Parabéns à turma pelo
Latumia, que reúne literatura, teatro, canto e dança. Vi Otto e Arnaldo Antunes
cantarem na mesma noite. Assisti Alceu Valença em vésperas de festa junina.
Tudo de graça, na praça principal. Estou perdendo o medo de altura e ganhando
confiança em meu corpo com as acrobacias em tecido, arte circense tão linda
quanto desafiadora. Conheci o slackline e o esporte mais impressionante de toda a minha vida,
o le parkour. Sem palavras! Ah,
conheci o Viela Sebo Café em noite de festa.
Gosto das ruas ajardinadas, 85% mais limpas do que as de
Itabuna (os outros 15% são de cocô de gato e cachorro, tudo igualzinho...),
gosto de estar perto de tudo e resolver o que preciso a pé, gosto de prosear
com a vizinha e de fazer compras na feira, tão limpa e organizada que nem
parece feira livre. Gosto ainda mais do por do sol e dos dias ensolarados,
quando as flores ganham mais cor e energia.
Tive uma dificuldade inicial para fazer amizades. Quando eu respondia sobre minha idade ou o curso que me trouxe aqui, o papo morria. Agora descobri que tenho que responder apenas "sou do tecido e do pedal". Assim, conheci muita gente legal e quero continuar fazendo muitos amigos. Mas a melhor coisa que podia ter acontecido foi descobrir
que aquela mocinha com quem eu simpatizei logo no primeiro dia de aula, com
quem puxei conversa no intervalo, de quem roubei um pedaço de melancia do prato
no RU era exatamente minha prima! Ah, não teve preço!
Agora falta eu me acostumar ao clima e superar essa bendita
laringite pra tudo ficar melhor.
Vamos em frente!
Lindo de se Ler , te adoro minha linda professora, pura de alma e de cor ,que só sabe respirar amor. kylli
ResponderExcluirQue delicia! Você merece todos esses bons detalhes que estão fazendo seus dias tão felizes!
ResponderExcluirMe ensina a "brincar" com o tecido? Com o pedal eu já sei!
Obrigada, meninas! Ensino, sim, Bel, mas tem que ter fôlego e coragem, viu? Beijo
ResponderExcluirFaz tempo que não ouço um olhar tão leve e otimista sobre Conquista. Muito bom ler isso.Muito mesmo.
ResponderExcluirNão sabia que você estava em Conquista. Tá aí uma cidade pra onde já fiz seleção e nunca passe. Dou graças a Deus. Não aguentava o frio. bjs!!
ResponderExcluirEstou tentando me acostumar com o frio... Mas não é fácil, não rsrsr
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