domingo, 21 de outubro de 2012

Vale o quanto pesa


Quem aqui desconhece o peso de capítulos de livros à espera em pleno feriado? Quem nunca dedicou pelo menos seis fins de semana seguidos a estudos matemáticos, jurídicos, administrativos? Quem não conhece pelos menos um fidiDeus que teve a sorte de alcançar a desejada aprovação sem passar por nada disso?
Pois, pois. A sensação de estar sem férias há anos parece gostar mesmo de mim e dos que me cercam. Mas agora ela ganhou um saborzinho carménère, graças ao Mahabharata:

“Aprenda a jogar, Dhuryôdhana”. Shakuni tentava apaziguar o sobrinho. “Aprenda a jogar que a vida é, na verdade, um grande jogo...”
“Mas jogos podem ser perdidos”, objetou Dhuryôdhana.
Na escadaria, um menininho, provavelmente filho de algum cortesão, brincava com um par de dados nos degraus. Exultante, olhou sorrindo para os dois, os dados exibindo, ambos, o número seis. Shakuni disse-lhe:
“Olhe de novo”.
O menino olhou para os dados e agora ambos exibiam apenas o número um. A criança ficou perplexa, bem como Dhuryôdhana. Shakuni apenas disse:
“Jogos podem ser jogados e nunca perdidos”.

Oxalá, o peso de hoje equivalerá à leveza da consciência pelo mérito de tentar e... aprender a jogar!

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