terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Pequena retrospectiva de grandes aprendizados

Finais de ano tem suas tradições: uns viajam, outros recordam.
É verdade que 2015 durou quase um século e que dezembro não quer virar passado, mas quem sabe com todos esses ritos conseguirei fazer valer a transição e finalmente me sentir diante do novo.

Quando 2015 começou, eu estava na metade de mochilão. Me restavam ama semana na Bolívia, outra semana no Peru, outra semana no Acre.
No lago Titicaca, enchi os olhos de beleza e paz. Nas Isla del Sol, percorri a trilha sagrada dos Incas (10 kms). No Peru, bloquearam meus cartões e tive que me virar para conseguir seguir em frente. E segui em frente. Em Arequipa, me apaixonei. Em Cusco aprendi e recuar, a desistir. Na fronteira com o Acre, conheci três pessoas lindas e iluminadas - um estudante de cinema de coração muito puro e alegre e um casal que alimenta minha esperança de ainda viver uma relação de muito amor e companheirismo. Viva as travessias!

Me matriculei nos cursos de inglês e francês. Desafio de quase toda uma vida... Ainda não posso comemorar progressos significativos.

Conheci Belém. Recebi provocações importantíssimas para o deslanchar da escrita da tese.

Comprei uma moto e ocupei meu lugar no trânsito. Saí muito mais à noite e aproveitei cursos, palestras, encontros, fogueiras no quintal e teatro ;)

Aceitei a psicoterapia. Todo mundo merece!

A terapia espiritual me ajudou a pedir perdão. Perdoei também.

Comecei de fato a escrever a tese.

Abracei o compromisso com a Pedagogia Waldorf.

Assisti A história da eternidade e Últimas conversas no Cine Glauber Rocha.

Aproveitei ao máximo o Festival Internacional de Cinema, em Salvador. Mas o mais lindo de tudo foi rever amigas dos tempos da graduação e sentir toda a acolhida afetuosa de quem não deixa o tempo e a distância fragilizar as relações.

Passei meu aniversário no maior baixo astral, mas consegui juntar o meu povo dois dias depois, em plena segunda-feira, para uma comemoração fora de data.

Fiz curso de aquarela. Fiz curso de trabalhos manuais (Waldorf).

Conheci Cachoeira e fiz oficina de documentário urgente.

Passei em concurso público federal. Foi lindo, mas conheci o completo esgotamento.

Desisti de prestar outro concurso público. Esse foi mesmo um ano para aprender o momento de desistir ou de respeitar meus limites.

Comi doces sem medo de ser feliz. Vi minha glicemia ir às alturas. Vi a danada baixar um mês depois.

Fiz muitos bolos e assisti muitos filmes nos meus sábados taciturnos e reflexivos em Conquista.

Me diverti horrores no show da Baiana System. Assisti o show de Nação Zumbi, apesar da TPM.

Voltei a Minas e revisitei quase todos os lugares que amo: Palácio das artes, Parque municipal, Museu de artes e ofícios, Mercado central, Praça da liberdade e CCBB, tudo isso com uma virada cultural no meio. Foi como perdoar, amar de novo.

Ganhei seis quilos e perdi definitivamente o manequim 38.

Contei histórias.

Amei com leveza e com profundidade. Sofri. Sigo em frente.

Conheci Itabirito. Conheci Búzios. Conheci Lauro de Freitas.

Fui a formaturas e tive os olhos cheios de lágrimas de orgulho. Fui PATRONESSE de turma muito amada!

Conheci o Tarot egípcio. Conheci a Bênção do útero. Me curei com Danças circulares sagradas dos povos.

Comecei o ano trabalhando como professora do curso de cinema; termino como professora do curso de publicidade e propaganda.

Me mudei de cidade em tempo recorde. Desmontei e montei todos os móveis "solita", mais uma vez.

Curti mais a família e as prosas sem pressa com amigas de longa data.

Enfim, chego a dezembro desejando que 2016 seja um ano de muita escrita e muita coragem, muitos filmes, músicas e viagens. Muito amor, mas daquele pra valer, sabe? Saúde, tranquilidade. Mais amizades, mais parcerias, mais trabalho, mais histórias para contar.

Feliz ano novo!



Ah, termino o ano parcialmente loira. Quem diria?

Um comentário: