sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Meu melhor aniversário

Meu melhor aniversário foi o último, claro! E ai de mim se negasse... Para começar, eu estava pela estrada há mais de uma semana, por conta de um congresso em Salvador; naquela manhã, eu contava com a carona de dois amigos pra lá de queridos. Naquele 5º dia de junho, eu acordei na casa da minha querida família do coração, Dona Tina e Seu Zé de Arlindo. E estava na incrível paisagem do vale de Jequitinhonha: agreste e exuberante, intensa e surpreendente. Quando parece que tudo na natureza dormiu é que tudo está produzindo a todo vapor!
A paisagem da estrada no trecho Ponto dos Volantes - MG

As carretas de Wellington e Rodrigo
O Jequitinhonha, naquele trecho de Minas, nem parece o mesmo rio em que eu me divertia com os primos nas férias de verão, lá pelos idos da adolescência, em Belmonte. Ali, as mesmas águas cor de cerâmica ainda tardariam um tanto até encontrarem o mar, mas também servem de intensa inspiração de fonte de vida, sobretudo, de esperança. E naquele dia ensolarado eu completava 28 outonos, alimentando ao espírito de tudo isso junto.
Na boléia do caminhão de Rodrigo, em inédita companhia de Wellington, seu parceiro de profissão, seguiríamos até Santana de Araçuaí, onde vive a querida Mestra Isabel, e Monte Formoso, para entregar cimento. 
Homenagem à mestra Isabel, na praça de Santana do Araçuaí. Ela é muito linda pessoalmente!

Eu nunca tinha visto Wellington tão feliz (como ele não estava dirigindo, podia apreciar a pinga artesanal do vale e curtir o dia que era de festa!). Sorria mais que de costume, exaltava o local e as pessoas, demonstrava sem pudor o seu gosto pela vida simples e pela estrada: “enquanto tiver essa fita isolante (o asfalto) pra eu desembolar, eu vou rodar é pro Vale do Jequitinhonha!!!”.  Mas essa folga toda não o isentava de guiar a Rodrigo com toda atenção e cuidados de quem conhece os perigos daquela estrada, acrescentada da amizade de mais de dez anos de parceria.


O lugar era incrível. Romper o silêncio da chegada? Só para dizer que era inacreditável que conseguíssemos chegar ali em uma carreta. Várias curvas sinuosíssimas, inclinações absurdas e muito, muito peso na carroceria. A cidade é formada por dois montes pra lá de íngremes, um defronte ao outro. E tem internet wirelles de graça para todos os moradores! E tem agência de turismo e... do Bradesco também.

Monte Formoso, em sua banda residencial

a outra banda, comercial: eis a praça ou o que se consegue ver dela na parte baixa da ladeira

Voltemos à festa. Dona Tina, mãe carinhosa e divertida que Deus me deu de presente, preparou um bolo de massa, que é mandioca moída e prensada, pronta pra ir ao forno de pedra para virar farinha torrada. Ganhei a massa um dia antes, quando visitei a casa de farinha comunitária de um distrito de Ponto dos Volantes que se chama Pedra Alta. Bolo igual – mas menos gostoso, claro – ela só fez no aniversário do vice-prefeito. E a festa foi linda! A família veio toda cantar parabéns pra mim e a emoção tomou conta de todo mundo.

Como disse Doroty, em O mágico de Oz, “não há lugar como o nosso lar” e o meu é o coração das pessoas a quem amo!!!


8 comentários:

  1. Esse aniversário realmente teve o gosto muito especial. Quantas experiências legais! Que envolveu muitos sentimentos, que somarão para sua lista de boas lembranças.Gostei da sua viagem! Muitas paisagens e até adrenalina. Você merece tudo isso e muito mais, é só se manter aberta para as coisas belas da vida. Sinta-se bem!

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  2. Quem disse que não há poesia em um diário de bordo. "Quando parece que tudo na natureza dormiu é que tudo está produzindo a todo vapor!", ou "águas cor de cerâmica", meu lar é "coração das pessoas a quem amo!!!"
    Lindo isso, menina.
    Abraços
    Norma

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  3. Quem disse que não há poesia em um diário de bordo. Veja "Quando parece que tudo na natureza dormiu é que tudo está produzindo a todo vapor!" ou "águas cor de cerâmica" , no "coração das pessoas a quem amo!!!"
    Abraços
    Norma

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  4. Opa minha Familia é dessa região Madrinha Rocha e Padrinho Joaquim sou neto de José Alves Mascena

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  5. Saudade da minha terra ja faz 11anos longe da minha maê e do pai final do viajo pra santana em nome do senhor jesus,

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  6. Parabéns pela fotos lindas que nos traz saudade deste cenário simples e aconchegante (que deus te abençoe )

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